sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O cinegrafista é olhar do repórter, porem deve ser mais que isso. Parte 1

Vou começar esse post com uma frase engraçada: “Dizem que para um repórter suicidar-se basta apenas pular de cima do seu ego.”

A piada não é engraçada e os repórteres que conheço e trabalho são pessoas ótimas. Pelo menos profissionalmente. Acho!

Mas nem sempre foi assim, já trabalhei com muita gente ruim. Chave de cadeia. Do tipo que se considerava inteligente demais, mas não sabia fazer nada certo. Já sofri muito na mão de repórter inexperiente querendo ser bom e fazendo besteira. O certo é que: gente arrogante atrapalha a vida de qualquer um. Eles azedam qualquer ambiente. Os melhores não tem frescura. Eles acatam qualquer opinião do câmera. Na rua, ninguém é melhor que ninguém. Costumo considerar o trabalho do repórter mais o chato e não o mais importante.

Como mencionei antes, trabalho com ótimos jornalistas. Talvez se fosse para escolher minha equipe não teria acertado tanto. Entretanto todo relacionando tem problemas, alguns altos e baixos. Por mais calmo e profissional seja o cinegrafista, cedo ou tarde vai se virar e mandar um belo “vai tomar no c*”. Se você ainda não fez isso aguarde, pois é só questão de tempo.

Esse convívio com algumas “malas” me ajudou a construir o profissional que tento ser hoje. Evito ao máximo me desgastar e discutir com meus colegas de trabalho. Se o câmera está certo, o repórter quebrará a cara. Só assim você poderá dar aquela gargalhada macabra e lhe desejar/planejar uma morte lenta e bem dolorosa. Quando algo parecido com isso acontecer não se esqueça de dizer um: BEM QUE EU DISSE!!!! Vale à pena repeti-lo dentro do carro no trajeto até a chegada da equipe na emissora. Também é primordial repetir na redação, em todas as ilhas, cantina, estacionamento, máster, estúdio e até na sala da técnica quando você estiver assistindo a matéria ser exibida.

A dica pra um bom relacionamento com o repórter é o respeito e a amizade. Você deve respeitar e ser respeitado profissionalmente. Quando a intimidade estraga isso e o repórter já chama o cinegrafista de “apertador de REC," é um alerta que algo está errado. Antes de tudo trate com cuidado, jornalistas têm a personalidade instável. Seja calmo e complacente, mas vingue-se como puder.



Continua...

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O assistente de cinegrafista.

Hoje a facilidade de se fazer um vídeo é imensa. Celulares, maquinas fotográficas portáteis, notebooks e até as bonecas Barbie tem câmeras com mais qualidade que as usadas na década passada. Antes existiam as câmeras que gravavam em U-Matic [ou seria no U-Matic, não sei!] e não era apenas o cinegrafista que operava o equipamento. O “filmadô” nem apertava o REC. Além da câmera existia uma caixa grande chamada de VT onde o assistente/operador se posicionava atrás do cameraman e apertava o REC. As famosas “caixas de picolé”. Nessa época, as equipes de reportagens eram imensas. Tinha motorista, iluminador, operador de VT, repórter e se tivesse algum espaço na mala levavam o cinegrafista. [Isso deveria ser uma piada, nem sempre é. Ainda acho que o cinegrafista é fundamental, mas só quando ele se lembra de levar a fita/cartão.]

Infelizmente nunca toquei numa câmera dessas

No fim dos anos 80 houve a evolução, as câmeras betas começaram a ser usadas no telejornalismo aqui no RN.

É quando começa o castigo de todo repórter cinematográfico. Uma câmera dessas mais “leve” chega a pesar em média 6 kg. Mas vamos pular essa parte, isso é assunto para outro post.

Continuando... Como as câmeras já tinham o VT embutido, às televisões resolveram enxugar o quadro de funcionários. Os primeiros a pular fora foram os motoristas e iluminadores e quem se adaptou as funções foram os assistentes. Com o tempo, as câmeras foram diminuindo de tamanho e os diretores de TVs resolveram: dá para o cinegrafista filmar com uma mão e dirigir com a outra. Dizem que foi a segunda melhor coisa que a elite desse país já fez depois da abolição dos escravos. Discordo, acredito que antes de demitir os assistentes deveriamos pelos menos dar algumas chibatadas. Entretanto algumas TVs com senso de justiça e ética não aboliram os assistentes. Eles estão em extinção, mas ainda existem na televisão brasileira.

Fotos de algumas espécies raras que trabalham comigo.


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Rotina!

Vez por outra irei postar aqui fotos e comentários das matérias que faço durante a semana.







sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O editor...

Geralmente é o nerd que quase não entende de câmera, enquadramento, temperatura da imagem... [e quem entende?], mas adora dar sugestões de como o “pobre” cinegrafista deve operar a filmadora. Em muitos casos eles podem salvar ou mudar completamente o material gravado.

Piadas a parte, conheço ótimos editores e particularmente acredito que trabalho com os melhores, mas recordo-me de várias matérias que foram destruídas por causa de um editor preguiçoso. Aqueles que não editam, na verdade são especialistas em esquartejar seu vídeo. Verdadeiros açougueiros. Você cria toda uma afinidade com o material gravado, espera ver belas imagens indo pro ar e talvez até receber um aumento de salário ou elogios do chefe. Porém quando vê o cara escolhe os piores takes e muitas vezes põe no ar a imagem de quando você decidiu ajustar o tripé ou foco e por azar ou esquecimento deixou gravando. Isso acontece, até na Globo. Depois de alguns traumas sempre que tenho tempo corro na *ilha para acompanhar a edição e às vezes falo no microfone direcional da câmera: alô editor, essa é a imagem! Coloque-a na matéria pelo amor de Deus. Outra boa idéia é sempre ser cordial com seu editor, trate-o com respeito, afinal ele é "quase"[isso é uma piada, entendeu?] tão importante quanto o cinegrafista.

Lembrando que essas dicas nem sempre funcionam, mas vale à pena tentar.

*ilha é um baita computador FDP destinado a edição de vídeo, também pode ser o local onde este equipamento está instalado.


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